Os Primeiros Humanos Registrados – Sambaquis
Os Sambaquis, conhecidos como uma civilização primitiva, que viveu a mais de 2000 anos atrás, com maior concentração do sul do país até o estado do Rio de Janeiro, também tem seus registros na Ilha Grande. Sítios arqueológicos comprovam a presença desses povos na região. Estudos realizados pelo CEADS (Centro de estudos ambientais e desenvolvimento sustentável/UERJ), com sede na Vila de Dois Rios, na Ilha Grande, identificaram os sítios arqueológicos deixados pelos sambaquis ao redor da ilha. Amoladores/Polidores, restos mortais e ferramentas, não só comprovam a existência da civilização, como demonstram a forma de vida desses povos.
Uma civilização caracterizada por hábitos alimentares ligados a fauna marinha. Isto fica evidente, a presença de conchas e ossos de peixes, encontrados junto a ossadas humanas, nos sítios arqueológicos. Sambaqui em tupi-guarani, significa “Monte de Conchas”.
Os “Sambaquis” foi uma civilização que representa a transição de hábitos alimentares dos seres humanos, antes caçadores/coletores, para o consumo de alimentos vindo da fauna marinha.
Na Ilha Grande, sítios arqueológicos são encontrados na Praia Preta, Lopes Mendes, Dois Rios e no ilhote das Praias do Sul e Leste, entre outros.
Amoladores/Polidores na praia de Lopes Mendes.
Os Próximos Habitantes Registrados
Até os estudos realizados pelo CEADS, acreditava-se que indígenas habitavam a Ilha Grande. Após pesquisas realizadas, não foram encontrados vestígios de aldeias, ou restos mortais na região insular. Com a chegada dos colonizadores Portugueses, o território da Ilha Grande, passou a ser mais “disputado”, e desta forma foi registrado a presença de indígenas na região.
A expedição portuguesa realizada por André Gonçalves e Gonçalo Coelho, chegou a região da atual Baía da Ilha Grande, no ano de 1502. As expedições exploradoras eram responsáveis pelo reconhecimento e mapeamento do novo território descoberto. Os poucos registros das primeiras expedições da região, não relatam a presença de aldeias indígenas na Ilha Grande, somente no continente.
O nome Angra dos Reis, é relacionado a angra (uma pequena baía), e dos reis, por ter sido descoberta no dia 6 de Janeiro, que é considerado Dia dos Reis Magos, pela religião católica.
A partir do século XVII, dá-se início a primeira fase da ocupação de Ilha Grande, caracterizada pela economia de subsistência, com as plantações de mandioca e cana-de-açúcar, por exemplo, para consumo da população local. Este período foi marcado pela presença de piratas e corsários, que procuravam a região da Ilha Grande, para efetuar saques na produção agrícola, e posteriormente, no século XVIII, aos navios portugueses carregados de ouro, provenientes do porto de Paraty. Este ouro era extraído das Minas Gerais, e tinha como destino a coroa portuguesa. A parada na Ilha era quase obrigatória para abastecimento de água e alimentos. Seguindo para o Rio de Janeiro, para que pudessem se dirigir a Portugal. A Ilha, cortada por enseadas, servia de abrigos e esconderijos para os corsários e piratas, tendo alguns deles se fixado na região.
As fazendas de Sant’Anna, do Holandês (Abraão) e Dois Rios se destacavam na Ilha Grande com a produção de cana-de-açúcar. Em meados do século XVIII, temos poucos registros sobre o início do cultivo do café. Desde os primórdios da produção de cana-de-açúcar, já utilizavam a mão-de-obra escrava africana e também indígena. Com a queda do mercado da cana-de-açúcar para Portugal, a Ilha Grande despertou também outros interesses, como a extração da madeira. Mesmo assim a produção da cana-de-açúcar conseguiu manter a prosperidade até meados do século XIX. Na mesma época, foi introduzido o plantio do café. Com a expansão cafeeira no Brasil, a região da Ilha Grande e Angra dos Reis foi um importante posto de produção e exportação do café, aguardente e farinha de mandioca. Mas com a implantação da via férrea, a atividade econômica dessa região foi prejudicada. E com a libertação dos escravos, na época da abolição, teve seu declínio definitivo, migrando assim a produção para outras regiões do Brasil.
Aqueduto, na segunda metade do século XIX, na área da antiga Fazenda do Holandês.
Uma consideração sobre “História da Ilha Grande”