PRAIA DO MORCEGO

DSC_0046[1]
Praia do Morcego.

 Segundo a lenda, um pirata espanhol chamado Juan Lourenzo, edificou onde hoje é conhecida como Praia do Morcego, a terceira casa de alvenaria da Ilha Grande,  para ser seu esconderijo e abrigo para seus tesouros. A Mansão do Morcego fica localizada em propriedade particular na Praia do Morcego. No altar da capela, que fica no interior da mansão, há uma pedra datada de 1629, que seria o ano da construção da mesma.

Mário Peixoto, cineasta da década de 30, adquiriu a propriedade por volta de 1938, na intenção de resgatar a história e transformar o local em uma espécie de museu. Com o fracasso da tentativa do museu,  Mário vende a propriedade e se muda para Angra dos Reis.
Porém, durante esta tentativa de transformar a propriedade em museu, Mário Peixoto reuniu um rico acervo de peças artísticas e esculturas, dentre elas peças de mobiliário, louças, estátuas, arte religiosa, entre outros. Além de rescontruir as ruínas da mansão.

A lenda conta que o pirata Juan Lourenzo, tinha mania de roubar de seus próprios comparsas, e após a pilhagem, enterrava tudo no terreno de sua casa, construída com pedras e banha de baleia. Porém, certo dia, o pirata espanhol foi surpreendido por seus ex-comparsas que o obrigaram a dizer onde ele havia escondido o ouro roubado. Assim que conseguiram obter a informação, o pirata foi morto. Quando chegaram ao local que Juan Lourenzo havia dito como esconderijo do ouro roubado, se deram conta de que foram enganados, pois não havia ali ouro algum. Juan Lourenzo costumava andar com um cajado, com um Morcego de Ouro na parte superior, e isto foi a única riqueza que seus ex-comparsas conseguiram obter, uma vez que já haviam assassinado o pirata.

Provável que este Morcego de Ouro da lenda, seja o motivo pelo qual a Praia e a Ilha em frente tenham o nome de Morcego (Praia do Morcego e Ilha do Morcego).

DSC_0051[1]
Ilha do Morcego – Enseada do Abraão.

A Mansão do Morcego foi tombada pelo Instituto Brasileiro de Patrimônio Cultural (IBPC) no ano de 1942.

DSC_0042[1]
Vista Panorâmica da Praia do Morcego.

A Praia e a Ilha do Morcego se encontram dentro da Enseada do Abraão, logo após a Praia do Abraãozinho.

 Para chegar a Praia do Morcego, deve se contratar o serviço de Taxi-Boat, uma vez que não há trilhas que ligam esta praia ao Abraão. A frente da praia, na Ilha do Morcego, é um bom local para a prática de snorkeling, contendo rica fauna marinha.

DSC_0050[1].JPG
Vista parcial da Ilha do Morcego.

Texto criado por Marcus P. Mendes.

Revisado por Waldeck Tenório – Guia de Turismo e Turismólogo.

Fonte de Imagens: Fonte própria – Fotos tiradas no dia 26/04/2018.

 

PICO DO PAPAGAIO

Imponente em toda a sua grandeza, o segundo pico mais alto da Ilha Grande, o Pico do Papagaio, sobe até as nuvens em seus 982 metros de altura.

aresta-do-xilindro
Pico do Papagaio, visto por baixo do cume, por praticantes de Rapel.

Do topo do Pico do Papagaio pode-se ver, além da Ilha Grande em si, boa parte da área de Angra dos Reis, Mangaratiba, Restinga da Marambaia e até mesmo a Pedra da Gávea, na cidade do Rio de Janeiro, caso o tempo esteja com condições favoráveis.

IMG_0423
Cume da Marambaia, vista de cima do Pico.

Com uma trilha (T13) bem difícil e muito íngreme, o acesso ao Pico do Papagaio torna-se uma aventura sem igual, que vale muito a pena! MAS NÃO SE AVENTURE SOZINHO! Sugerimos a contratação de um GUIA LOCAL! Se você não conhece MUITO BEM o caminho, não se aventure a ir até lá por conta própria, tem o risco de perder-se seriamente!! São 3 horas de caminhada para subir, e mais 2:30 a 3 horas para descer, em meio a densa Mata Atlântica. No cume do pico não possui fonte de água. É bom levar água suficiente para não passar sede. No caminho há um córrego, que se pode encher suas garrafas, mas fica a pelo menos 1 horas de caminhada antes do Pico.

No pico também se pode praticar o Rapel. MAS somente com profissionais autorizados e legalizados!!

OLYMPUS DIGITAL CAMERA
Vista da vila do Abraão.

Logo antes de chegar ao Pico, pode se ir até a base do mesmo, onde se tem uma visão diferente do cume. O mesmo há várias faces, embora a mais reconhecida seja a do Papagaio, também pode-se ver um Cachorro.

A beleza do local é indescritível! A magia de se estar no cume, após caminhar 3 horas e visualizar um nascer do sol, é algo que não pode ser passada por fotos, somente ser sentida!!

IMG_0464
Nascer do sol no Pico do Papagaio.

Texto Criado por Marcus P. Mendes.

Revisado por Waldeck Tenório – Guia de Turismo e Turismólogo.

Fonte de Imagens: Fonte própria e Google

VILA DOIS RIOS PARTE 2

INSTITUTO PENAL CÂNDIDO MENDES

A segunda parte sobre a Vila de Dois Rios conta a história do Instituto Penal Cândido Mendes, que teve seu funcionamento nas instalações da antiga Colônia Agrícola do Distrito Federal (CADF) em Dois Rios.

Vila Dois Rios
Entrada Museu / Ruínas do Presídio.

Após a transferência do Distrito Federal para Brasília, em 1960, o controle dos presídios da região, passou para o estado da Guanabara, e posteriormente para o estado do Rio de Janeiro. A CPCM foi implodida, por ordem do governador da época, Carlos Lacerda.  E assim teve início ao funcionamento do Instituto Penal Cândido Mendes (IPCM), denominado posteriormente como Penitenciária Cândido Mendes, que se tornou um presídio de segurança máxima, chegando a receber os criminosos mais perigosos do País.

Nesta penitenciária ficaram presos, durante o governo de Vargas, alguns nomes conhecidos, como exemplo cito: Agildo Barata, Fernando Gabeira, Nelson Rodrigues Filho, e diversos ativistas que lutaram contra a ditadura militar de 1964. O IPCM também recebeu criminosos conhecidos, como: Madame Satã, Lucio Flávio, Zé Bigode, Mariel Mariscot, José Carlos dos Reis Encina (Escadinha), e os banqueiros do jogo do bicho, Natal da Portela e Castor de Andrade.

expo2_mod4_foto2 (1)
Vista aérea de parte da Vila Dois Rios, antigamente.

O Instituto Penal Cândido Mendes, teve seu funcionamento entre os anos de 1962 até 1994, quando o mesmo foi implodido. Durante este período, as vilas de Dois Rios, e até mesmo a vila do Abraão, eram cuidadas pelos presos de bom comportamento. No próprio presídio, os pães, a comida, a pesca, entre outros afazeres, eram também feitos pelos presos comportados. Mesmo sendo um presídio de segurança máxima, as fugas eram comuns. Os presos que se arriscavam a fugir e se esconder nos arredores da vila, acabavam sendo encontrados pelo Mateiro, um funcionário do presídio que conhecia toda a mata da Ilha. A comunidade que havia em Lopes Mendes, se viu em desconforto com essas fugas, e acabou tendo seu fim, assim como a comunidade da Praia de Caxadaço. A fuga mais conhecida da história, foi em 1985, quando o assaltante José Carlos Gregório, o Gordo, resgatou Escadinha de helicóptero, mostrando assim o poder do grupo, que teve seu início ali, o Comando Vermelho (CV). A facção surgiu por volta dos anos 70, quando se misturaram os assaltantes de banco, aos presos políticos. E até hoje tem sua ação espalhadas por todo o estado do Rio de Janeiro.

2014-684114480-2014012952223.jpg_20140129
Implosão do Instituto Penal Cândido Mendes.

Hoje em dia restam apenas as ruínas da instituição penal. Os prédios principais foram implodidos em 1994, restando apenas um prédio ou outro, reformados para servirem aos propósitos do Museu do Ambiente, que funciona onde era a antiga oficina do presídio, e ao Museu do Cárcere (MUCA). Sendo um desses prédios, o prédio da antiga padaria do presídio, onde ainda pode-se ver o Forno, e as panelas de mais de 100 anos de idade que eram utilizadas por ali.

Vila Dois Rios
Antiga Padaria do Presídio.

No MUCA pode se encontrar também antigos artefatos feitos pelos presos e algumas explicações e história do Instituto Penal Cândido Mendes (IPCM).

_MG_3753
Artefatos feitos utilizando barras de ferro das celas.

Com a demolição dos 2 presídios da Ilha, foram destruídos alguns vestígios de nossa história, como exemplo das marcas deixadas pelas antigas fazendas; a fazenda do Holândes (Abraão), e a fazenda de Dois Rios; pelos que foram postos em quarentena no antigo Lazareto, pelos presos da Revolução de 1932, pelos estrangeiros feitos prisioneiros da 2ª Grande Guerra e por todos os condenados a regeneração pelo trabalho agrícola e ao isolamento do convívio social

A Praia de Dois Rios, hoje em dia, é considerada uma das mais bonitas da nossa querida Ilha, sem risco algum para quem deseja conhecer a Vila. Realmente possui em sua orla Dois Rios que deságuam, um em cada canto da Praia, o Barra Grande e o Barra Pequena. Para quem deseja, além de visitar uma praia paradisíaca, conhecer um pouco da história do nosso País, é indispensável a ida até a Vila de Dois Rios! Muitas das casas ainda estão de pé, enquanto outras estão tomadas pelo mato. A visitação a vila e aos museus são abertas ao público. É proibido acampar por lá! O acesso que se tem hoje, é feito por terra, pela estrada que foi aberta para o funcionamento da antiga colônia (Trilha T14). Ali também se encontram amoladores/polidores dos Sambaquis.

cdgbevk23s9z16bcta1nqtsqf
Praia / Vila de Dois Rios hoje em dia.

Texto Criado por Marcus P. Mendes, com base na seguinte fonte:

Fonte: Livro “O Ambiente da ILHA GRANDE” (Organizadores Marcos Bastos e Cátia Henriques Callado) Rio de Janeiro: UERJ / CEADS (Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável) 2009. 562p.:il. Color.; 30cm

Revisado por Waldeck Tenório – Guia de Turismo e Turismólogo.

Fonte de Imagens: Google