FÁBRICAS DE SARDINHA

fabrica sardinha p vermelha
Ruínas da Fábrica de Sardinha da Praia Vermelha.

Por volta da segunda metade do século XIX, a história no Brasil começou a ter uma mudança. Na época que foram implementadas as estradas férreas, não só o terreno se modificou, mas também o modo de vida da população na quais as ferrovias passavam.

Angra dos Reis e a Ilha Grande, que outrora prosperara com a produção cafeeira, sofreu um grande declínio populacional. O não mais rentável tráfico de escravos, e o declínio na venda do café provocaram uma queda drástica da economia local, e as grandes produções de café se esvaíram.

Já no começo do século XX, a cidade do Rio de Janeiro sofreu um aumento populacional, não só por conta dos imigrantes que chegavam, mas pela quantidade de pessoas vindas de fazendas, em busca de melhores condições de vida. O movimento abolicionista ganhou força entre a população. O sistema monárquico não resistiu, e em 15 de Novembro de 1889, foi implantada a República do Brasil.

Os primeiros anos da República, foram tumultuados. O poder ficava garantido a mão dos grandes fazendeiros de São Paulo e Minas Gerais, em uma política de alianças conhecida como política do “café com leite”, que se manteve até o fim da década de 1920.

A indústria do café nessa região cresceu tanto que o mesmo se tornou “carro-chefe” do país. Mas em nossa região da Baía da Ilha Grande, entre o século XIX e XX, a atividade que se destacou foi a pesca. E durante muitos anos, a região de Angra dos Reis, foi o principal polo pesqueiro do estado do Rio de Janeiro. A partir da década de 20, a bananicultura ganhou o espaço que sobrou dos antigos cafezais em boa parte da Ilha Grande.

Na baía da Ilha Grande, o processo de salga de peixe se tornou industrializado logo quando se deu início. Estudos realizados por instituições municipais de Angra dos Reis, apontam que a salga de peixe começou com imigrantes japoneses, que vinham de Sâo Paulo. Entretanto, a tradição local diz que a atividade chegou até a região com imigrantes gregos. A atividade teve seu auge na década de 1950, e chegaram a ser registradas na Ilha Grande, 20 de 30 fábricas de sardinha que haviam em Angra dos Reis. A última fábrica de sardinha em funcionamento em nossa querida ilha, foi na vila de Matariz, chamada EBRAPESCA, que encerrou as atividades em janeiro do ano de 1992.

A decadência da atividade na região não tem um registro preciso. Mas é apontada a década de 1970, como o momento do declínio da prática, em grande parte, por conta da diminuição do peixe na região. A principal causa dessa diminuição do peixe, foi em virtude da pesca predatória.

fabrica sardinha freguesia de santana
Antiga Fábrica de Sardinha em Freguesia de Santana.

*A pesca, assim como a cultura do aipim, feijão e milho garantiram, durante toda a história da Ilha Grande, a subsistência de seus habitantes. Antes da formação do Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), com exceção de Abraão, boa parte das comunidades que habitam as enseadas da ilha, eram núcleos de pescadores. Sendo os principais núcleos: Araçatiba, Provetá, Praia Vermelha, Matariz e Aventureiro. Em 1991 haviam cadastradas 467 embarcações no município de Angra dos Reis, sendo 120 registradas em Ilha Grande.

Texto Criado por Marcus P. Mendes, com base na seguinte fonte:

Fonte: Livro “O Ambiente da ILHA GRANDE” (Organizadores Marcos Bastos e Cátia Henriques Callado) Rio de Janeiro: UERJ / CEADS (Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável) 2009. 562p.:il. Color.; 30cm

Revisado por Waldeck Tenório – Guia de Turismo e Turismólogo.

Fonte de Imagens: Google

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