Arquivo da categoria: História da Ilha Grande

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Assim como nós, o nosso site parceiro Ilha Grande.com.br, tem informações sobre as principais praias da ilha, mirantes e picos. O site também oferece informações sobre as trilhas/trekking do nosso paraíso, sobre passeios e também um leque maior na opção de hospedagem. Este parceiro foi nossa inspiração de começar um trabalho de divulgação e marketing da Ilha Grande. Além disso tudo, o pessoal está sempre em movimento aqui na Ilha, sempre fazendo e apoiando atividades e eventos culturais, e melhorando nossa ilha pouco a pouco. O IlhaGrande.com.br também conta a parceria do Jornal da Ilha Grande, O Eco,  direcionado à ecologia, cultura, meio ambiente, turismo e participação comunitária. Se você curte esse nosso paraíso, nossa querida Ilha Grande, pode dar uma olhada nas parcerias e aumentar seu leque de informações sobre o nosso paraíso! Venha fazer parte deste paraíso você também!!

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FÁBRICAS DE SARDINHA

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Ruínas da Fábrica de Sardinha da Praia Vermelha.

Por volta da segunda metade do século XIX, a história no Brasil começou a ter uma mudança. Na época que foram implementadas as estradas férreas, não só o terreno se modificou, mas também o modo de vida da população na quais as ferrovias passavam.

Angra dos Reis e a Ilha Grande, que outrora prosperara com a produção cafeeira, sofreu um grande declínio populacional. O não mais rentável tráfico de escravos, e o declínio na venda do café provocaram uma queda drástica da economia local, e as grandes produções de café se esvaíram.

Já no começo do século XX, a cidade do Rio de Janeiro sofreu um aumento populacional, não só por conta dos imigrantes que chegavam, mas pela quantidade de pessoas vindas de fazendas, em busca de melhores condições de vida. O movimento abolicionista ganhou força entre a população. O sistema monárquico não resistiu, e em 15 de Novembro de 1889, foi implantada a República do Brasil.

Os primeiros anos da República, foram tumultuados. O poder ficava garantido a mão dos grandes fazendeiros de São Paulo e Minas Gerais, em uma política de alianças conhecida como política do “café com leite”, que se manteve até o fim da década de 1920.

A indústria do café nessa região cresceu tanto que o mesmo se tornou “carro-chefe” do país. Mas em nossa região da Baía da Ilha Grande, entre o século XIX e XX, a atividade que se destacou foi a pesca. E durante muitos anos, a região de Angra dos Reis, foi o principal polo pesqueiro do estado do Rio de Janeiro. A partir da década de 20, a bananicultura ganhou o espaço que sobrou dos antigos cafezais em boa parte da Ilha Grande.

Na baía da Ilha Grande, o processo de salga de peixe se tornou industrializado logo quando se deu início. Estudos realizados por instituições municipais de Angra dos Reis, apontam que a salga de peixe começou com imigrantes japoneses, que vinham de Sâo Paulo. Entretanto, a tradição local diz que a atividade chegou até a região com imigrantes gregos. A atividade teve seu auge na década de 1950, e chegaram a ser registradas na Ilha Grande, 20 de 30 fábricas de sardinha que haviam em Angra dos Reis. A última fábrica de sardinha em funcionamento em nossa querida ilha, foi na vila de Matariz, chamada EBRAPESCA, que encerrou as atividades em janeiro do ano de 1992.

A decadência da atividade na região não tem um registro preciso. Mas é apontada a década de 1970, como o momento do declínio da prática, em grande parte, por conta da diminuição do peixe na região. A principal causa dessa diminuição do peixe, foi em virtude da pesca predatória.

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Antiga Fábrica de Sardinha em Freguesia de Santana.

*A pesca, assim como a cultura do aipim, feijão e milho garantiram, durante toda a história da Ilha Grande, a subsistência de seus habitantes. Antes da formação do Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), com exceção de Abraão, boa parte das comunidades que habitam as enseadas da ilha, eram núcleos de pescadores. Sendo os principais núcleos: Araçatiba, Provetá, Praia Vermelha, Matariz e Aventureiro. Em 1991 haviam cadastradas 467 embarcações no município de Angra dos Reis, sendo 120 registradas em Ilha Grande.

Texto Criado por Marcus P. Mendes, com base na seguinte fonte:

Fonte: Livro “O Ambiente da ILHA GRANDE” (Organizadores Marcos Bastos e Cátia Henriques Callado) Rio de Janeiro: UERJ / CEADS (Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável) 2009. 562p.:il. Color.; 30cm

Revisado por Waldeck Tenório – Guia de Turismo e Turismólogo.

Fonte de Imagens: Google

VILA DOIS RIOS PARTE 2

INSTITUTO PENAL CÂNDIDO MENDES

A segunda parte sobre a Vila de Dois Rios conta a história do Instituto Penal Cândido Mendes, que teve seu funcionamento nas instalações da antiga Colônia Agrícola do Distrito Federal (CADF) em Dois Rios.

Vila Dois Rios
Entrada Museu / Ruínas do Presídio.

Após a transferência do Distrito Federal para Brasília, em 1960, o controle dos presídios da região, passou para o estado da Guanabara, e posteriormente para o estado do Rio de Janeiro. A CPCM foi implodida, por ordem do governador da época, Carlos Lacerda.  E assim teve início ao funcionamento do Instituto Penal Cândido Mendes (IPCM), denominado posteriormente como Penitenciária Cândido Mendes, que se tornou um presídio de segurança máxima, chegando a receber os criminosos mais perigosos do País.

Nesta penitenciária ficaram presos, durante o governo de Vargas, alguns nomes conhecidos, como exemplo cito: Agildo Barata, Fernando Gabeira, Nelson Rodrigues Filho, e diversos ativistas que lutaram contra a ditadura militar de 1964. O IPCM também recebeu criminosos conhecidos, como: Madame Satã, Lucio Flávio, Zé Bigode, Mariel Mariscot, José Carlos dos Reis Encina (Escadinha), e os banqueiros do jogo do bicho, Natal da Portela e Castor de Andrade.

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Vista aérea de parte da Vila Dois Rios, antigamente.

O Instituto Penal Cândido Mendes, teve seu funcionamento entre os anos de 1962 até 1994, quando o mesmo foi implodido. Durante este período, as vilas de Dois Rios, e até mesmo a vila do Abraão, eram cuidadas pelos presos de bom comportamento. No próprio presídio, os pães, a comida, a pesca, entre outros afazeres, eram também feitos pelos presos comportados. Mesmo sendo um presídio de segurança máxima, as fugas eram comuns. Os presos que se arriscavam a fugir e se esconder nos arredores da vila, acabavam sendo encontrados pelo Mateiro, um funcionário do presídio que conhecia toda a mata da Ilha. A comunidade que havia em Lopes Mendes, se viu em desconforto com essas fugas, e acabou tendo seu fim, assim como a comunidade da Praia de Caxadaço. A fuga mais conhecida da história, foi em 1985, quando o assaltante José Carlos Gregório, o Gordo, resgatou Escadinha de helicóptero, mostrando assim o poder do grupo, que teve seu início ali, o Comando Vermelho (CV). A facção surgiu por volta dos anos 70, quando se misturaram os assaltantes de banco, aos presos políticos. E até hoje tem sua ação espalhadas por todo o estado do Rio de Janeiro.

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Implosão do Instituto Penal Cândido Mendes.

Hoje em dia restam apenas as ruínas da instituição penal. Os prédios principais foram implodidos em 1994, restando apenas um prédio ou outro, reformados para servirem aos propósitos do Museu do Ambiente, que funciona onde era a antiga oficina do presídio, e ao Museu do Cárcere (MUCA). Sendo um desses prédios, o prédio da antiga padaria do presídio, onde ainda pode-se ver o Forno, e as panelas de mais de 100 anos de idade que eram utilizadas por ali.

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Antiga Padaria do Presídio.

No MUCA pode se encontrar também antigos artefatos feitos pelos presos e algumas explicações e história do Instituto Penal Cândido Mendes (IPCM).

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Artefatos feitos utilizando barras de ferro das celas.

Com a demolição dos 2 presídios da Ilha, foram destruídos alguns vestígios de nossa história, como exemplo das marcas deixadas pelas antigas fazendas; a fazenda do Holândes (Abraão), e a fazenda de Dois Rios; pelos que foram postos em quarentena no antigo Lazareto, pelos presos da Revolução de 1932, pelos estrangeiros feitos prisioneiros da 2ª Grande Guerra e por todos os condenados a regeneração pelo trabalho agrícola e ao isolamento do convívio social

A Praia de Dois Rios, hoje em dia, é considerada uma das mais bonitas da nossa querida Ilha, sem risco algum para quem deseja conhecer a Vila. Realmente possui em sua orla Dois Rios que deságuam, um em cada canto da Praia, o Barra Grande e o Barra Pequena. Para quem deseja, além de visitar uma praia paradisíaca, conhecer um pouco da história do nosso País, é indispensável a ida até a Vila de Dois Rios! Muitas das casas ainda estão de pé, enquanto outras estão tomadas pelo mato. A visitação a vila e aos museus são abertas ao público. É proibido acampar por lá! O acesso que se tem hoje, é feito por terra, pela estrada que foi aberta para o funcionamento da antiga colônia (Trilha T14). Ali também se encontram amoladores/polidores dos Sambaquis.

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Praia / Vila de Dois Rios hoje em dia.

Texto Criado por Marcus P. Mendes, com base na seguinte fonte:

Fonte: Livro “O Ambiente da ILHA GRANDE” (Organizadores Marcos Bastos e Cátia Henriques Callado) Rio de Janeiro: UERJ / CEADS (Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável) 2009. 562p.:il. Color.; 30cm

Revisado por Waldeck Tenório – Guia de Turismo e Turismólogo.

Fonte de Imagens: Google