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Gruta do Acaiá

GRUTA DO ACAIÁ

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Placa da Gruta do Acaiá.

Abaixo do nível do mar se esconde a Gruta do Acaiá. Descendo por uma fenda, chega-se a um salão de 1 metro de altura, por 30 metros de comprimento, onde ao final da descida esconde-se uma das maravilhas da nossa querida Ilha, uma praia de pedra. O que mais chama atenção é a fluorescência que temos na água. Fenômeno este causado pela luz do sol, que ao chegar na areia do fundo do mar, reflete, voltando sua luminosidade para a água de dentro da gruta, deixando assim um feixe de luz, vezes esverdeado, vezes azulado. A beleza desta visão, é incomparável! Além desta visão maravilhosa, da tonalidade da água, ao afundar-se na mesma, podem ser vistos variados peixes, em seu habitat natural, como se fosse um aquário da natureza. É sensacional!
Mas vale lembrar que levar lanterna é essencial para enxergar dentro da gruta, pois a mesma é bem escura.

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Escada de acesso a Gruta do Acaiá.

Porém, para se ter acesso, é necessário descer por uma escada, e esgueirar-se até o fim da gruta. É um caminho bem estreito e difícil, e se sujar já é normal. Ao atingir a entrada, acima da escada, pode-se sentir o vento que vem de dentro da gruta, causado pelas ondas do mar. O vento as vezes chega a ser tão forte, que sai da gruta e balança até a folha das árvores próximas a entrada.
NÃO é nem um pouco recomendado tentar passar para o mar pela gruta em apneia, há sérios riscos de morte!!! Caso tenha vontade, contrate uma empresa de mergulho, e faça de um modo seguro!!
Acaiá em tupi-guarani significa “Sopro”. Nome designado a gruta talvez pelo vento causado pelas ondas do mar, na mesma.

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Gruta do Acaiá, vista subaquática do aquário natural.

Pode-se chegar a Gruta do Acaiá de barco, ou caminhando pela trilha T7, que sai da Praia de Araçatiba, passando pela Praia Vermelha e Praia de Itaguaçu, até chegar a gruta.
É cobrado algo em torno de R$ 20,00 por pessoa, para acessar a gruta. Este valor é para manutenção da entrada, para que a mesma possa estar sempre revisada e segura para acesso.
Não recomendo para pessoas claustrofóbicas, por ser um ambiente bem fechado e escuro.
Na propriedade onde fica localizada a gruta, também há um sítio arqueológico, onde foram encontradas ossadas dos sambaquis*.

*Sambaquis vide o post História da Ilha Grande.

Fonte de imagens: Google 

Criado por Marcus P. Mendes

Revisado por Waldeck Tenório – Guia de Turismo e Turismólogo.

História da Ilha Grande

Os Primeiros Humanos Registrados – Sambaquis

Os Sambaquis, conhecidos como uma civilização primitiva, que viveu a mais de 2000 anos atrás, com maior concentração do sul do país até o estado do Rio de Janeiro, também tem seus registros na Ilha Grande. Sítios arqueológicos comprovam a presença desses povos na região. Estudos realizados pelo CEADS (Centro de estudos ambientais e desenvolvimento sustentável/UERJ), com sede na Vila de Dois Rios, na Ilha Grande, identificaram os sítios arqueológicos deixados pelos sambaquis ao redor da ilha. Amoladores/Polidores, restos mortais e ferramentas, não só comprovam a existência da civilização, como demonstram a forma de vida desses povos.

Uma civilização caracterizada por hábitos alimentares ligados a fauna marinha. Isto fica evidente, a presença de conchas e ossos de peixes, encontrados junto a ossadas humanas, nos sítios arqueológicos. Sambaqui em tupi-guarani, significa “Monte de Conchas”.

Os “Sambaquis” foi uma civilização que representa a transição de hábitos alimentares dos seres humanos, antes caçadores/coletores, para o consumo de alimentos vindo da fauna marinha.

Na Ilha Grande, sítios arqueológicos são encontrados na Praia Preta, Lopes Mendes, Dois Rios e no ilhote das Praias do Sul e Leste, entre outros.

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Amoladores/Polidores na praia de Lopes Mendes.

Os Próximos Habitantes Registrados

Até os estudos realizados pelo CEADS, acreditava-se que indígenas habitavam a Ilha Grande. Após pesquisas realizadas, não foram encontrados vestígios de aldeias, ou restos mortais na região insular. Com a chegada dos colonizadores Portugueses, o território da Ilha Grande, passou a ser mais “disputado”, e desta forma foi registrado a presença de indígenas na região.

A expedição portuguesa realizada por André Gonçalves e Gonçalo Coelho, chegou a região da atual Baía da Ilha Grande, no ano de 1502. As expedições exploradoras eram responsáveis pelo reconhecimento e mapeamento do novo território descoberto. Os poucos registros das primeiras expedições da região, não relatam a presença de aldeias indígenas na Ilha Grande, somente no continente.

O nome Angra dos Reis, é relacionado a angra (uma pequena baía), e dos reis, por ter sido descoberta no dia 6 de Janeiro, que é considerado Dia dos Reis Magos, pela religião católica.

A partir do século XVII, dá-se início a primeira fase da ocupação de Ilha Grande, caracterizada pela economia de subsistência, com as plantações de mandioca e cana-de-açúcar, por exemplo, para consumo da população local. Este período foi marcado pela presença de piratas e corsários, que procuravam a região da Ilha Grande, para efetuar saques na produção agrícola, e posteriormente, no século XVIII, aos navios portugueses carregados de ouro, provenientes do porto de Paraty. Este ouro era extraído das Minas Gerais, e tinha como destino a coroa portuguesa. A parada na Ilha era quase obrigatória para abastecimento de água e alimentos. Seguindo para o Rio de Janeiro, para que pudessem se dirigir a Portugal. A Ilha, cortada por enseadas, servia de abrigos e esconderijos para os corsários e piratas, tendo alguns deles se fixado na região.

As fazendas de Sant’Anna, do Holandês (Abraão) e Dois Rios se destacavam na Ilha Grande com a produção de cana-de-açúcar. Em meados do século XVIII, temos poucos registros sobre o início do cultivo do café. Desde os primórdios da produção de cana-de-açúcar, já utilizavam a mão-de-obra escrava africana e também indígena. Com a queda do mercado da cana-de-açúcar para Portugal, a Ilha Grande despertou também outros interesses, como a extração da madeira. Mesmo assim a produção da cana-de-açúcar conseguiu manter a prosperidade até meados do século XIX. Na mesma época, foi introduzido o plantio do café. Com a expansão cafeeira no Brasil, a região da Ilha Grande e Angra dos Reis foi um importante posto de produção e exportação do café, aguardente e farinha de mandioca. Mas com a implantação da via férrea, a atividade econômica dessa região foi prejudicada. E com a libertação dos escravos, na época da abolição, teve seu declínio definitivo, migrando assim a produção para outras regiões do Brasil.

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Aqueduto, na segunda metade do século XIX, na área da antiga Fazenda do Holandês.

Em 1808, com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, o número de imigrantes no século XIX foi aumentando. Na segunda metade do mesmo século, Dom Pedro II,  que já havia visitado a Ilha Grande, em 5 de Dezembro de 1863,  decidiu construir no local um hospital de quarentena, para receber imigrantes provenientes da Europa, que na época estava assolada por uma epidemia de cólera.

Lazareto da Ilha Grande vide Praia Preta / Ruínas do Lazareto

Fonte da Foto dos amoladores/polidores: tirada por Marcus P. Mendes.
Fonte da Imagem do Aqueduto: Google

Criação por Marcus P. Mendes, com base na seguinte fonte:

Fonte: Livro “O Ambiente da ILHA GRANDE” (Organizadores Marcos Bastos e Cátia Henriques Callado) Rio de Janeiro: UERJ / CEADS (Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável) 2009. 562p.:il. Color.; 30cm

Revisado por Waldeck Tenório – Guia de Turismo e Turismólogo.